30 Setembro, 2025

Mário Camilo Mota: Oportunidade indispensável das Eleições

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a opinião de Mário Camilo Mota

Olhar Além das Laranjeiras

 

Mais umas eleições e mais um grande rebuliço!

Até Pedro Passos Coelho voltou para apontar aquele que é o calcanhar de aquiles de uma governação de Montenegro e António Costa: a total ausência de uma ideia para o país a médio e a longo prazo. Um vacuo de ideias que não é uma característica única destes últimos governos e, de resto, até é bastante apreciada pelo eleitorado que não liga nada a isso na hora de colocar o cartão na caixinha.

António Costa (e Pedro Nuno) ainda abençoados por estabilidade política durante oito longos anos, deixaram o país estruturalmente sem qualquer desígnio. Não lidou com problemas como a habitação ou a competitividade, que hoje são uma bomba relógio, e criou outros, como a imigração descontrolada, que irão ter consequências sociais e políticas que, a prazo, serão explosivas.

Agora este governo da AD dedicou-se ao óbvio: a criação deestabilidade política não como um fim em si mesmo, mas antes um meio através do qual é possível governar e ir resolvendo os problemas do país, menores e maiores, para, a prazo, conseguir aumentar de forma equilibrada o bem-estar da população. Este governo tem estado fundamentalmente preocupado em salvaguardar a sua pele e, acima de tudo, ajudar o PSD a recuperar fatias do eleitorado que, no fundamental, não têm quaisquer incentivos para apoiar qualquer mudança em Portugal.

São os eleitorados com preferências de nada mexer e acabar com as dinâmicas acelaradas do mundo em que vivemos. O objectivo nunca pode ser que tudo fique na mesma. O actual primeiro-ministro está mais alinhado com as preferências e com os incentivos do eleitor médio em Portugal o que, potencialmente, o torna mais bem-sucedido eleitoralmente no curto prazo

No fundo, se o PSD não fizer reformas, mostrando que é funcionalmente indispensável para o sistema, cumprindo a função de grande reformador enquanto o PS cumpre a de grande redistribuidor de riqueza, nada virá impedir o afundamento do PSD e a emergência do Chega como alternativa aos socialistas.