Política e imprensa misturam-se em confronto aceso na Assembleia Municipal

por Ricardo Leal
A sessão da Assembleia Municipal da passada quinta-feira, 27 de junho, ficou marcada por um momento de forte tensão política durante o período antes da ordem do dia, protagonizado pelos deputados José Carlos Barbosa (PS), presidente da Junta de Freguesia de Beire, e Jorge Ribeiro da Silva (CDS).
Tudo começou com a intervenção de José Carlos Barbosa, que criticou o passado executivo e apontou diretamente a conduta de Jorge Ribeiro da Silva, acusando-o de falta de ética e de misturar funções políticas com interesses na comunicação social. “Quando tiveram no poder, nunca foram capazes de dinamizar as associações desportivas em Beire, nós mostrámos o contrário”, afirmou o socialista. Na mesma intervenção, acusou Jorge Ribeiro da Silva de ser mandatário do processo intentado ter contra o Presidente da Câmara, diretor de um órgão de comunicação social e membro da oposição, afirmando ainda ter recebido queixas de antigos funcionários do órgão de comunicação dirigido por este.
“Os paredenses sabem que, se um dia tiverem um tipo como o Jorge Ribeiro da Silva a gerir a Câmara, os funcionários serão perseguidos por delito de opinião”, declarou José Carlos Barbosa, concluindo com palavras duras: “O senhor é uma vergonha para a política portuguesa”.
Jorge Ribeiro da Silva reagiu invocando o direito à defesa da honra, indicando que as declarações do seu colega de bancada estão gravadas e que serão extraídas certidões para eventual apreciação judicial. “Ver-se-á em sede própria se o José Carlos Barbosa tem ou não o direito de trazer para o debate assuntos da esfera privada dos Deputados desta Câmara”, afirmou.
Num contra-ataque, José Ribeiro da Silva acusou o partido de José Carlos Barbosa de utilizar redes sociais para promover mensagens de ódio, com ou sem recurso a perfis falsos, e afirmou que é este quem “envergonha o país” quando representa os cidadãos em órgãos políticos.
O episódio não passou despercebido à assistência, nem à restante bancada, tendo o clima aquecido momentaneamente antes de os trabalhos seguirem para a ordem do dia.