2 Outubro, 2025

Patrícia Leal: “Nós não prometemos tudo a todos, mas prometemos transparência, rigor e liberdade”

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por Ricardo Leal

O Jornal “O Progresso de Paredes” prossegue a rubrica “Cadeira do Poder”, uma série de sete entrevistas dedicada aos candidatos à Câmara Municipal, criada em homenagem ao mobiliário paredense, símbolo maior da identidade local.

A terceira convidada foi Patrícia Santos Pereira Leal, de 33 anos, natural de Astromil e empresária, que concorre pelo partido Iniciativa Liberal.

Na conversa com Carla Nunes e o jornalista Ricardo Leal, a candidata começou por explicar as razões da sua candidatura. “Aceitei este desafio com orgulho e honra porque acredito no liberalismo e numa política justa para todos. Esta é a minha forma de contribuir para um concelho mais transparente e dinâmico”, afirmou.

Patrícia Leal sublinhou também o papel das mulheres na política, lembrando a importância de uma abordagem mais aberta ao diálogo e sensível na gestão pública. “Nós mulheres temos um trato especial, sabemos lidar com delicadeza e racionalidade em temas sensíveis. Isso torna a democracia mais justa”, disse.

Um dos temas centrais da sua candidatura é a habitação. A candidata defende a criação de um fundo público-privado para promover habitação acessível, aliado à reabilitação urbana e soluções inovadoras como o rent to buy e o co-living. “Paredes é um dos concelhos mais jovens do país e precisa urgentemente de medidas que fixem a população”, reforçou.

Também a juventude esteve em destaque. Patrícia Leal defende mais literacia financeira e estímulo ao empreendedorismo desde cedo, com parcerias entre escolas e empresas. “Queremos fomentar estágios e duplas formações para que os jovens tenham oportunidades reais aqui e não precisem sair do concelho”, explicou. Propôs ainda uma rede de apoio à primeira infância, o incentivo ao desporto juvenil e a criação de hubs de inovação e espaços de co-working.

No plano económico, apresenta medidas para dinamizar o tecido empresarial: redução de taxas, simplificação de licenciamentos e maior apoio às pequenas e médias empresas. “A Câmara não pode ser o maior empregador do concelho. Precisamos de uma autarquia leve que apoie a economia local e dê espaço à iniciativa privada”, sublinhou.

As infraestruturas e a mobilidade foram igualmente alvo de propostas. A candidata defende a requalificação de estradas municipais, ciclovias, passeios e transportes públicos, em articulação com a UNIR, e o resgate do projeto da linha ferroviária do Vale do Sousa, que considera essencial para o futuro económico e para a mobilidade dos paredenses. Sobre o trânsito e o estacionamento na cidade, manifestou uma posição neutra, apontando a necessidade de equilibrar soluções sem cair em polémicas eleitorais.

Na área da educação, a prioridade passa por melhorar a qualidade das refeições escolares e reforçar a rede de creches. “A educação é um investimento do presente e do futuro. Não se trata apenas de garantir almoços, mas sim refeições de qualidade”, destacou. Já em matéria de saúde, defendeu uma maior proximidade entre a autarquia e os cidadãos, com programas de rastreio, apoio às deslocações e serviços de prevenção.

A candidata assumiu também uma posição neutra relativamente ao resgate da concessão das águas, defendendo apenas que deve haver uma boa gestão e preços justos para os consumidores. Admitiu, no entanto, que a eventual derrota da Câmara na ação judicial com a Bewater poderá agravar o peso da dívida municipal.

O ambiente foi outro tema estruturante da entrevista. Patrícia Leal apontou como prioridades o combate às lixeiras a céu aberto, que classifica como “um problema de saúde pública e de dignidade”, e a recuperação do Rio Ferreira, com a construção de uma nova ETAR e maior pressão política para garantir soluções definitivas.

No campo da cultura e do turismo, defendeu a valorização do património, a dinamização do desporto e da cultura como motores de desenvolvimento económico e a promoção de Paredes como referência não só do mobiliário, mas também da criatividade local.

Na reta final, deixou uma mensagem clara aos paredenses: “Nós não prometemos tudo a todos, mas prometemos transparência, rigor e liberdade. O futuro de Paredes deve construir-se com habitação acessível, mobilidade eficaz e oportunidades para todos. Quero ser presidente para colocar os paredenses sempre em primeiro lugar.”