Cinco substituições no futebol

SOBRE FUTEBOL

Por Juvenal Brandão, Treinador de Futebol UEFA Pro (Grau IV), Licenciado em Gestão de Desporto

A maioria das Ligas Europeias de futebol vão retomar os campeonatos no ponto em que foram interrompidos devido à pandemia do coronavírus.

Uma das alterações imediatas tem a ver com as substituições de jogadores durante os jogos. Até aqui eram permitidas três alterações em qualquer altura do jogo. E mais, recentemente, foi permitida a quarta substituição em jogos com prolongamento.

Recorde-se que as alterações no futebol só podem ser implementadas no futebol pela FIFA depois de serem aprovadas pelo International Board (IFAB). E foi aprovado e implementado, para esta retoma dos campeonatos (e até à sua conclusão), a mudança de três para cinco substituições no futebol, mas em apenas três paragens (sendo que o intervalo não é excepção), tendo em vista minimizar o possível aumento de lesões, depois de uma longa paragem e para um período com uma densidade competitiva que se espera elevada.

Como sempre e em tudo, cada um tem a sua opinião. Mesmo os próprios treinadores. Há vozes contra e vozes a favor.

Quem é contra as cinco substituições no futebol alega que o jogo perde ritmo, que perde intensidade, que se está a “jogar dois jogos” porque se muda quase meia equipa… e argumentos do género.

Eu pergunto se, esta medida, se trata de uma possibilidade de fazer cinco substituições ou obrigatoriedade?

Os treinadores que acham que vão perder mais do que aquilo que vão ganhar, não têm de fazer as substituições todas. Tal como até agora, com três, não tinham de as fazer obrigatoriamente. Por isso, não entendo que, quem não defende a medida, seja contra. Não defende, não adopta. Ponto. Acho que haver a possibilidade de quem quiser fazer cinco substituições poder fazer é óptimo.

E mais: eu defendo que esta medida não devia ser temporária, mas sim ficar definitivamente no futebol. Parece-me que as três paragens são ajustadas e mantinha a substituição extra no prolongamento. E ia mais longe: o guarda-redes nunca devia estar incluído nestas contas.

Aproveitava, ainda, para: proibir substituições no período de descontos; aumentar o número de suplentes, como já acontece, por exemplo, em Itália, no Brasil e nos jogos de selecções; e permitir o aquecimento de mais do que três jogadores em simultâneo.