Este verão não foi, para mim particularmente, feliz por diversas e variadas razões, e por isso, não poderia de deixar de fazer está pequena homenagem.

A vida faz-nos crescer e obriga-nos a momentos muito felizes e também momentos muito tristes.

Normalmente quando desaparece alguém que nos é próximo, somos sempre confrontados com a fragilidade da nossa existência, e invariavelmente, somos levados a refletir sobre o nosso percurso e os nossos actos.

Por entre a angústia, a saudade e o medo que a morte de alguém que gostamos nos traz, vem a possibilidade de reflexão sobre a maneira como levamos a nossa vida e as marcas que vamos deixando enquanto por cá andamos.

Por isso, estes momentos em que andamos mais tristes devem servir não só para homenagearmos quem partiu, mas acima de tudo para sermos melhores amanhã do que fomos hoje, principalmente na maneira como nos relacionamos com os outros, sejam eles a nossa família, amigos ou mesmo colegas de trabalho, ou mesmo na forma como ajudamos quem mais precisa, ou mesmo na maneira como demonstramos os nossos princípios e como os passamos às novas gerações.

Num tempo em que vivemos em constante mudança, numa sociedade cada vez mais industrializada e tecnológica, devemos ter a racionalidade de parar para refletir, e sermos capazes de mudar a nossa conduta se acharmos que esta não está a ser a mais correta.

Errar todos erramos, mas devemos saber aprender com os nossos erros, e acima de tudo devemos saber perdoar. Se num momento estamos mais exaltados, e até dizemos coisas de que nos arrependemos, devemos ter a humildade de reconhecer que falhamos e pedir desculpa a quem ofendemos.

É óbvio que devemos ter o nosso orgulho e amor-próprio, mas também devemos reconhecer que pessoas demasiado orgulhosas passam ao lado de muitas coisas boas da vida, só porque não têm a humildade de reconhecer que erraram ou de perdoar quem com eles falhou.

Devemos saber partilhar e dar um pouco de nós a ajudar quem mais precisa. Devemos procurar conviver com quem gostamos, saber aproveitar pequenos momentos que têm muito significado e que por vezes nos passam despercebidos, mas que quase sempre são aqueles momentos que mais nos recordamos.

Infelizmente é da nossa natureza só darmos valor a algo quando o perdemos. Não o fazemos por mal, mas o modo como hoje vivemos as nossas vidas faz-nos agir assim, por isso quando perdemos alguém sentimos que algo nos falta, pois como é óbvio fica sempre algo por fazer, por dizer ou algum momento por partilhar.

A vida é efémera e quando menos esperamos, alguém de quem gostamos pode partir, e quando isso acontece, infelizmente já não há nada a fazer.

Resta-nos termos a certeza que aqueles que partiram estarão sempre ao nosso lado e ficarmos contentes por terem parte da nossa vida…. Um até já, Amadeu das Neves Machado, Luís Botelho Ribeiro e Alberto da Rocha Ferreira.