Após a manifestação à porta da DREN em agosto, os pais entregaram uma providência cautelar para impedir o fecho da escola eb1 da Laje

A associação de pais da escola e.b1 da Laje, em Parada de Todeia, entregou na passada quarta-feira a providência cautelar contra o Governo para tentar impedir o fecho da escola primária, estando agora a aguardar a decisão do tribunal.

Após a manifestação de dia 27 de agosto junto à Direção Regional Ensino do Norte, no Porto, que terminou com uma reunião entre o presidente da junta de Parada de Todeia e os responsáveis da DREN, a decisão de encerrar a escola primária da freguesia liderada por Agostinho Pinto manteve-se.

Não baixando os braços na luta pela manutenção da escola o presidente da junta garantiu aos mais de 100 populares que se juntaram ao protesto que iria solicitar “com caráter de urgência”um encontro com o presidente da câmara de Paredes e, caso necessário, avançar com uma ação judicial para tentar travar o encerramento da escola.

Mesmo depois da manifestação a população de Parada de Todeia não conseguiu evitar o fecho da escola primária da freguesia. A DREN manteve a decisão e o próprio MEC veio dizer, no mesmo dia, em comunicado, que o encerramento decorria da Carta Educativa do concelho onde já se previa que os 70 alunos da escola de Parada fossem transferidos para o centro escolar de Cete. “Este centro escolar foi objeto de candidatura a financiamento, no valor de 1,97 milhões de euros, ou seja, um compromisso [desde 2008] do município de Paredes para com o Estado Português e a Comissão Europeia”, lê-se no comunicado.

O MEC referiu ainda que o encerramento da escola da Laje “está explícito na candidatura a financiamento que viabilizou a construção do centro escolar de Cete” e que o encerramento “decorre de um processo normal e de acordo com as entidades envolvidas”, acrescenta.

“Não baixamos os braços. Esperamos que se desfaça uma injustiça”

Depois de ter reunido com a vereadora do pelouro da educação da câmara de Paredes Agostinho Pinto recebeu a informação de que a DREN mantinha a decisão e que o encerramento ia avançar. Sendo assim, a associação de pais decidiu avançar com a providência cautelar para evitar o fecho da escola, que foi entregue na passada quarta-feira. “Já que na reunião com a vereadora soube que a DREN mantinha a decisão entregamos hoje (quarta-feira) a providência cautelar, feita pelos corpos sociais da associação de pais, à qual a junta se associa enquanto representante da população”, referiu o presidente da JF de Parada de Todeia.

Na semana de arranque oficial do ano escolar Agostinho Pinto admite que a ação não evita que os 70 alunos da escola de Parada de Todeia iniciem o ano letivo no centro escolar de Cete, mas garante que não baixam os braços aquilo que diz ser “uma injustiça” com a população da freguesia. “Não vamos evitar que os alunos tenham de ir no primeiro dia de aulas para o centro escolar de Cete, mas não baixamos os braços. Esperamos que se desfaça uma injustiça com a população de Parada”, garantiu.

Desde junho que já chegaram aos tribunais mais de vinte providências de câmaras, juntas ou populares que tentam impedir o encerramento de 35 escolas. Quatro já foram indeferidas, as restantes continuam a aguardar uma decisão para saber se voltam a abrir portas.

Agostinho Pinto acusou o MEC e a DREN de não “estarem preocupados com o prejuízo que o encerramento da escola causa nas famílias”, garantindo que a junta tudo fará para defender os interesses da freguesia e da população. “Isto causa um grande prejuízo às famílias que passam agora a ter de deixar os filhos na EN 319 para apanharem o autocarro para o centro escolar de Cete. Os pais estão preocupados com a segurança dos filhos porque esta estrada é muito movimentada”, acrescentou.