O fecho de serviços de urgências em Portugal tem vindo a ocorrer um pouco por todo o território e chegou também ao Hospital Padre Américo, em Penafiel, que desde 1 de novembro que tem a urgência de obstetrícia e ginecologia e o bloco de partos encerrados, por indisponibilidade de médicos que completem as escalas. 

Prevê-se ainda que a partir de 14 de novembro esta unidade hospital feche as urgências de pediatria.

Numa altura em que a urgência de cirurgia geral está encerrada há quase um mês e com uma área de atuação geográfica muito alargada, os doentes estão a ser encaminhados para o Hospital de São João no Porto. 

A unidade hospitalar que serve o concelho de Paredes, é responsável pelo atendimento de 12 concelhos, ou seja 5% da população nacional. 

O PSD de Paredes esteve reunido com a administração do Hospital e enviou uma nota às redações que gerou um direito de resposta por parte da administração. 

Carlos Alberto, administrador, explicou na conversa que esta situação que se vive em Penafiel e no país, só pode ser desbloqueada pelo ministro Manuel Pizarro. Ao que o PSD interpretou como uma nota de culpa e enviou às redações a frase “Carlos Alberto, administrador do hospital Padre Américo,Penafiel, responsabiliza Manuel Pizarro, ministro da Saúde, pelo caos nas urgências”, afirmação desmentida pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que apenas indica que há que aguardar uma solução das negociações a decorrer. 

Ricardo Sousa, presidente do PSD de Paredes, manifestou a sua preocupação por os doentes de Paredes estarem a ser encaminhados para outros locais. 

A falta de médicos na rede hospitalar nacional e em especial nas urgências faz com que os serviços sobrevivam apenas com as horas extra dos médicos, que depois de terem atingido as 150 horas extra por ano, desencadearam um movimento de escusa um pouco por todo o país. 

Os médicos pedem por melhores condições laborais e estão em negociações com o ministério da saúde, mas reunião após reunião, não parece haver consenso. E os fechos de serviços de urgência multiplicam-se, sobrecarregando os hospitais de fim de linha. 

São feitos apelos à população para que reserve a ida às urgências para casos graves e/ou súbitos e que recorram para casos ligeiros aos centros de saúde, USF’s ou à linha de Saúde 24.

Com a demissão do Primeiro-Ministro a reunião prevista foi cancelada e agora aguarda-se uma palavra do Presidente da República sobre o futuro do país.