Em 527 páginas são apresentados dados históricos sobre o concelho de Paredes e o livro está à venda exclusivamente online. O seu autor chama-se Ivo Rafael e é natural de Recarei, Paredes, é investigador do Centro de Estudos Interculturais do ISCAP e membro colaborador do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Historiador local, autor de várias obras sobre o concelho de Paredes publicadas em livro, entre as quais Villa Recaredi (2008), Paredenses na Grande Guerra (2017) ou Paredes e a Primeira República (2020). Escreve regularmente artigos de natureza histórica e etnográfica noutro jornal do concelho e no seu site cronicasparedenses.pt.
Em entrevista explica-nos um pouco melhor o seu percurso e este novo livro.
Como surgiu o interesse pela história do concelho?
Não consigo precisar, penso que desde sempre. Nunca me senti atraído pela história que me ensinaram na escola. Era-me indiferente o carácter heróico dos descobrimentos marítimos, as crises de sucessão dinástica, ou as antigas civilizações de paragens longínquas, que não conhecia, que não me diziam absolutamente nada. Atraía-me, sim, a história que pudesse estar por trás do cruzeiro lá da terra, o porquê dos nomes dos lugares que calcorreava, das datas grafadas nas padieiras das casas antigas, os desenhos das alminhas, enfim, o passado de tudo aquilo que eu podia ver diante de mim todos os dias. Essa é que era a história que para mim fazia sentido, por ser concreta, próxima, real, palpável.
Quanto tempo dedicou a este projeto?
Este livro reúne os últimos dois anos de crónicas do jornal «O Paredense», também outros artigos publicados no site homónimo e ainda dois estudos inéditos. É difícil medir o tempo despendido neste tipo de trabalhos. Alguns são feitos em poucos dias, mas outros ficam suspensos durante semanas ou meses, sendo depois retomados quando se encontra o que é necessário para os concluir.
Qual é o objetivo de lançar esta obra?
Condensar numa publicação só, num formato útil e prático, vários artigos historiográficos que estavam dispersos. As características específicas de um jornal quinzenal não facilitam o recurso ao conteúdo publicado, que é, na minha perspectiva, um conteúdo relevante para o público em geral, mas também para investigadores. Além disso, foi também para dar resposta a alguns amigos, que muito prezo, e que me sugeriram que colocasse essas crónicas em papel.
Que planos tem para o futuro?
Sinto-me confortável no formato cronístico de fazer história local. É provável que este livro não seja só uma publicação isolada, mas talvez o primeiro volume de uma obra a continuar. O futuro imediato passará por lhe dar essa continuidade.
Prevê alargar a forma de venda do livro?
Para já não vejo necessidade, porque é muito fácil adquiri-lo. Basta encomendar online, através do link no site cronicasparedenses.pt, e o livro vai ter a casa dos interessados.