A Junta de Freguesia de Cete ainda não chegou a acordo quanto aos elementos do executivo que irá comandar os destinos da freguesia nos próximos 4 anos. O impasse perdura porque o PSD não conseguiu alcançar consenso na primeira assembleia de freguesia. A próxima irá decorrer nos próximos dias, onde se espera que PSD, PS e CDU cheguem a acordo.

A assembleia de freguesia de Cete, composta por três partidos, PSD, PS e CDU ainda não chegou a acordo quanto à constituição do executivo da junta. Na última assembleia que decorreu no dia 26 de outubro, PS e CDU vetaram a proposta de Tomás Correia, presidente eleito, que apresentava um executivo composto na sua totalidade por elementos do PSD.

Apesar de ter sido o vencedor das eleições autárquicas do passado dia 29 de setembro, Tomás Correia, do PSD, não obteve a maioria e viu-se obrigado a apresentar uma proposta para a composição do executivo que tivesse a aprovação dos três elementos eleitos do PS e 2 da CDU para a Assembleia de Freguesia. A proposta apresentada por Tomás Correia não agradou nem à esquerda nem à direita e foi vetada pela maioria.

Sem acordo, o autarca eleito ainda apresentou uma segunda proposta, abdicando de um secretário para o PS ou para a CDU, mas nem mesmo esta cedência fez com a mesma proposta fosse aprovada.

Tomás Correia garantiu ao jornal “O Progresso de Paredes” que está a agendar uma nova assembleia de freguesia, onde irá apresentar nova proposta aos deputados eleitos. “Estou a agendar uma nova assembleia que deverá acontecer na próxima semana (esta semana) com o interesse de fazer a segunda tentativa de acordo”. O autarca cetense não quis adiantar mais, mas mostrou-se esperançado em que se consiga alcançar um consenso. “Tenho esperança de que seja possível chegarmos a acordo, porque já passou algum tempo, neste momento é o que posso dizer, mais só quando for resolvida a situação”, rematou o autarca.

A hipótese que pairou no final da última assembleia de freguesia da realização de novas eleições parece ainda não ter sido afastada, ainda que agora seja menos provável. O PS mantem-se firme e exige um executivo tripartidário, mas a CDU não coloca de parte um acordo que assume ser preferível à realização de novas eleições.

“Nas eleições do passado dia 29 de setembro obtive 417 votos. E depois de nos reunirmos com o PS entendemos que um executivo com 1 elemento de cada partido era uma boa solução. A partir do momento em que não passou na primeira assembleia a minha palavra com o PS terminou”, esclarece o cabeça de lista da CDU. “Não tenho medo de eleições, mas quanto menos houver mais credibilidade damos às eleições. A responsabilidade de não existir executivo é do senhor Tomás Correia. Mas se ele quiser apresentar uma proposta à CDU e se esse projeto for de acordo com o nosso, estou disponível”, garantiu José Hilário Barros.

O PS não se mostra tão flexível e mantém a mesma posição quanto ao executivo tripartidário. Fernando Pacheco garante que está disponível para negociar, mas apenas com os três partidos. “Continuo a dizer que o PS está disponível para negociar, mas não estamos disponíveis para negociar com o PSD, mas sim com os três partidos”, esclareceu o cabeça de lista do PS. O socialista mantem a coerência e a posição de que o acordo alcançado deve respeitar os resultados obtidos nas eleições em Cete, ou seja, um executivo com elementos dos três partidos.

“Tenho de manter a posição porque é a única que vai ao encontro da votação dos eleitores. Estranho que o presidente não procure um acordo antes da assembleia. Se continuar a querer contrariar o que os cetenses quiseram para a freguesia, vai falhar novamente”, frisou o socialista, acrescentando, “não podemos querer uma solução que viabiliza um executivo que não ganhou nas votações, mas na secretaria”.

Até nova assembleia o impasse irá manter-se e todos os cenários estão em aberto: para evitar novas eleições Tomás Correia terá de chegar a acordo com PS ou CDU, para garantir a maioria na Assembleia de Freguesia de Cete, ou constituir um executivo tripartidário.