A Fundação A LORD, instituição sem fins lucrativos e de utilidade pública sediada na cidade de Lordelo, comemora no sábado, 3 de dezembro, 20 anos de vida. No seu caderno de encargos o desenvolvimento de Lordelo – Paredes e as áreas geográficas limítrofes, surge como objetivo. Exerce ações de índole cultural, social e educativa, através do Auditório, da Biblioteca, do Clube de Teatro, Orquestra, Orfeão e Filantropia. Francisco Leal é o presidente e por antecipação brinda com o Progresso de Paredes aos 20 da Fundação A LORD.
António Orlando – entrevista
Progresso de Paredes (PP) – Vinte anos é muito tempo. Que dizer destas duas décadas de Fundação A LORD?
Francisco Leal (FL) – É um balanço claramente positivo. A população revê-se nas atividades desenvolvidas pela Fundação, na aposta cultural, educacional e no apoio às instituições. Se com a Cooperativa A LORD já era uma associação importante da cidade de Lordelo, a Fundação veio complementar a parte económica com a aposta cultural.
PP – Lordelo, em particular, e o concelho, em geral, percebe o que é a Fundação A LORD?
FL – A cidade de Lorde vai percebendo que existe A LORD. A verdade é que, sendo duas entidades juridicamente independentes, são entidades indissociáveis uma da outra. A principal e única financiadora da Fundação é a Cooperativa, mas A LORD em si são as responsáveis pelo desenvolvimento cultural.
PP – Estes 20 anos criaram públicos nas artes de palco, na cultura em geral, em Lordelo?
FL – Sim a prova disso, foi a questão que se nos colocou em 2008 quando inauguramos o nosso grande Auditório. O grande desafio era levar pessoas a encher as 250 cadeiras. A verdade é que criamos uma rotina. Hoje as pessoas sabem que mensalmente criamos uma rotina de espetáculos diferentes. Música, Teatro, Ballet, Canto, etc. como não temos apoios temos de ser comedidos nas nossas apostas, mas primamos sempre pela qualidade que o público reconhece. A nossa agenda no auditório está já preenchida até abril. Depois há outra vertente que é o trabalho que tem sido desenvolvido pela Biblioteca, designadamente, junto da comunidade escolar. Foram milhares de crianças não só das escolas dos concelhos de Paredes como dos concelhos vizinhos de Paços de Ferreira, Penafiel, Lousada e Valongo que ao longo destes 20 anos utilizaram a nossa biblioteca gratuitamente. Nós asseguramos, inclusivé, o transporte o que nos obrigou, por questões legais, a adquirir um novo autocarro.
PP – Fazer uma agenda para agradar a vários públicos não é fácil…
FL – Temos a preocupação de ter espetáculos para todos os públicos. Nós costumamos dizer que se algum dos nossos utilizadores algum dia disser que não gosta de Jazz é porque já esteve aqui a assistir a um espetáculo de Jazz e achou que aquele não era o seu género musical. Nós queremos dar conhecimento às pessoas para depois elas fazerem as suas escolhas, queremos também fomentar o espírito crítico. Tentamos fazer as escolhas mais variadas possíveis.
PP – Na Fundação A LORD há também espaço para a Filantropia…
FL – Sim. Apoiamos todas as instituições e população em geral, em particular com equipamentos ortopédicos. Nas nossas atividades, a nossa escola de artes, de música e ballet pratica preços convidativos para que ninguém fique limitado a aceder a esses serviços.
PP – 20 anos depois, há novos projetos na manga, ou a prioridade passa pela sustentação daquilo que já existe?
FL – Parar é morrer. Depois de este ano termos inaugurado o Museu, o novo desígnio é criarmos uma Biblioteca de raiz. Atualmente a Biblioteca funciona no Museu, mas o espaço é muito limitativo para a procura. Já temos terreno, junto à Cooperativa A LORD, em breve iremos pensar na elaboração do projeto. A ideia será criar um edifício que possa funcionar como sede da Fundação com um pequeno anfiteatro para conferências e uma verdadeira Biblioteca.
PP – O Museu está a corresponder às expetativas?
FL – Está a superar. Desde a inauguração, o Museu foi enriquecido com um novo conteúdo em vídeo sobre a iluminação da cidade de Lordelo que permite conhecer as principais instituições de Lordelo. Como está a superar as expetativas leva-nos a pensar em construir uma nova Biblioteca.
PP – A vossa Orquestra voltou a brilhar fora de portas…
FL – Foi no passado sábado. Conquistou o 2º lugar no concurso de Santa Maria da Feira, na primeira categoria [a mais importante] tendo ultrapassado a pontuação mínima exigida para o primeiro prémio juntamente com outras bandas tendo nesta ultima seleção obtido o 2º lugar por uma diferença mínima (0,25) para o primeiro classificado. Acresce que o Maestro Rui Leal da Orquestra A LORD ganhou o prémio de melhor Maestro do certame. Um orgulho.
PP – Quer destacar algum espetáculo da agenda A LORD?
FL – Este ano ainda teremos Ballet. No próximo ano, em março, iremos ter, entre outros, a “Tertúlia dos 40” com o paredense Carlos Daniel e o Ricardo Pateiro.
PP – Como presidente da Fundação A LORD, que prenda é que gostaria de receber por este vigésimo aniversário?
FL – Aquilo que gostamos de sentir diariamente é que conseguimos corresponder às expectativas das pessoas. Não pedimos nada para nós. Quando vemos o nosso auditório cheio é a nossa melhor prenda.