Mais uma vez, a Câmara de Paredes foi palco de uma manifestação pacífica dos professores pela luta dos seus direitos. Ao longo do protesto, os professores contaram as suas razões de estarem ali.

Professores de todas as escolas do concelho de Paredes voltam a manifestar-se na entrada da Câmara Municipal de Paredes. Ao longo da manhã, do dia 25 de janeiro, os professores foram partilhando as suas histórias no ensino e a revolta que sentem.

Uma das professoras foi Beatriz, que é Professora do Primeiro Ciclo e conta com 43 anos de serviço. A professora disse que os professores da sua classe são “os mais desmotivados, tristes e com pouca vontade de trabalhar” pois “foi nos retirado tempo de serviço”.

No seu discurso falou também da “entrada e saída de professores” que não ajuda na educação dos alunos. “As notas Excel” é uma das coisas que vê com desagrado pois lembra que no seu tempo de formação lhe diziam que os alunos “não se avaliavam, ensinavam-se” e termina afirmando que “as empresas é que têm de mostrar números não as escolas”.

“Aprendizagem, educação e amor” são para esta professora o principal no ensino.

Beatriz realçou que “nós trabalhamos com pequeninos que exigem muito mais de nós” e lembrou a retirada de horário que sofreram tendo em conta que este ano o que primeiro ciclo “só termina as aulas no dia 1 de julho”. Os professores das aulas opcionais não foram esquecidos no seu discurso, no qual lamentou o valor salarial que lhes é oferecido.

A professora falou, triste, que muitas vezes os alunos levam com os professores desmotivados e “que a educação deixa de ser educação e passa a ser números e uma empresa”.

“Isto não é uma luta sindical, é uma luta de classe” foram as palavras finais do seu discurso.

A Professora Sílvia, da Escola Secundária Daniel Faria de Baltar também partilhou a sua opinião sobre o seu descontentamento. Começou por falar sobre a sua revolta quanto à apresentação dos salários dos professores que induz em erro quem ouve “estão no primeiro, ganham dois mil e tal euros e ainda reclamam”.

As “falácias” que têm sido apresentadas na imprensa, revoltaram a professora enquanto espectadora, porque acredita que a ideia que fica é a errada. “Nós não estamos a lutar porque queremos muito dinheiro”, o que nós estamos a lutar é “a dignificação da carreira, redução do tempo de serviço e excesso de burocracia”.

“Isto é uma manifestação de indignação” e mostrou-se satisfeita porque “os professores estão muito unidos”.