Sessão Solene marcou 51 anos da Revolução dos Cravos em Lordelo

A Câmara Municipal de Paredes celebrou, na manhã de 25 de abril o 51.º aniversário da Revolução dos Cravos com uma Sessão Solene realizada na nova Praça Central de Lordelo, em frente à Junta de Freguesia.
A cerimónia teve início com um momento de reflexão, em que foi observado um minuto de silêncio em memória e honra do Papa Francisco, um gesto de respeito e dignidade perante a sua recente partida.
Seguiram-se os discursos oficiais do Presidente da Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida, e do Presidente da Assembleia Municipal, José Pereira, Cecília Mendes, pelo Juntos Por Paredes, Jorge Ribeiro da Silva, pelo CDS, Manuel Gomes, pelo PSD, e Rui Silva, pelo PS.
- José Batista Pereira, Presidente da Assembleia Municipal de Paredes
José Batista Pereira, lembrou que a democracia é um bem frágil que precisa ser defendido diariamente e destacou que “a verdadeira democracia fundamenta-se nos direitos humanos, na liberdade de expressão, no respeito pela Constituição, no Estado de Direito e na justiça social”.
Alertou ainda para a ameaça das falsas democracias e dos novos autoritarismos que se espalham pelo mundo, e advertiu que Portugal também não está imune. Defendeu que “a revolução de que precisamos hoje é a revolução do regresso aos princípios fundamentais: a defesa do homem e da natureza”.
- Cecília Mendes, Deputada da Assembleia Municipal pelo Juntos por Paredes
Cecília Mendes, recordou que a Revolução dos Cravos “não foi apenas um momento político, mas uma transformação profunda da nossa identidade como Nação”.
Num discurso marcado pela emoção e pela afirmação da luta democrática, Cecília Mendes afirmou que “ninguém cala quem luta por convicção”, lembrando a sua atuação “sempre do lado certo: o lado das pessoas”.
Destacou as causas que abraçaram ao longo do mandato, como o direito à habitação, o apoio à juventude, a defesa do ambiente e da cultura acessível a todos, frisando que “a liberdade plena ainda não chegou a todos, mas estivemos cá a abrir caminho”.
- Jorge Ribeiro Silva – Deputado da Assembleia Municipal pelo CDS
Jorge Ribeiro da Silva, lembrou que “mais de metade dos portugueses já nasceu depois da Revolução dos Cravos”, alertando para o risco do esquecimento da história.
Evocou a memória dos quatro jovens que morreram no dia da revolução, frente à sede da PIDE, recordando que “no dia em que dez milhões festejavam a liberdade, seis crianças choraram a morte dos pais”.
Defendeu que “a descolonização, a democracia e o desenvolvimento” são legados que precisam ser protegidos com memória, responsabilidade e respeito pela história.
- Manuel Gomes – Deputado da Assembleia Municipal pelo PSD
Manuel Gomes, destacou que a Revolução dos Cravos “foi muito mais do que um dia de revolução, foi um dia de renascimento para Portugal”.
Enalteceu o papel das mulheres, recordando que antes de 1974 “viver em Portugal, sendo mulher, era muitas vezes viver em silêncio”, e sublinhou que hoje “as mulheres em Portugal são o que quiserem ser, quando desejarem ser e da forma que pretenderem ser”.
O deputado apelou a uma defesa firme da democracia contra o populismo e a corrupção, lembrando que “a democracia é um bem de todos, inegociável”. Citando o Papa Francisco, reforçou que “a responsabilidade de todos é tornar a democracia uma realidade para cada cidadão”.
- Rui Silva – Deputado da Assembleia Municipal pelo PS
Rui Silva, sublinhou que a Revolução dos Cravos “não apenas libertou o povo português da ditadura, mas plantou as sementes de um futuro mais justo, democrático e igualitário”.
Recordou que “o direito de voto, a liberdade de expressão e a defesa dos direitos humanos tornaram-se pilares da nova sociedade”, e prestou homenagem aos “capitães de Abril” que, com coragem, abriram caminho à democracia.
Perante os desafios atuais, Rui Silva alertou para “o perigo do populismo que tenta dividir a sociedade” e apelou a “um renovado compromisso com os valores da democracia, da tolerância e da inclusão”.
- Alexandre Almeida – Presidente da Câmara Municipal de Paredes
Alexandre Almeida, destacou a importância de recordar o caminho de transformação iniciado há 51 anos, frisando que “há um antes e um depois” da Revolução dos Cravos.
Sublinhou as conquistas que a democracia trouxe para Portugal, da liberdade de expressão ao desenvolvimento económico e social, mas alertou para a necessidade de vigilância constante contra as forças extremistas que ameaçam os valores de Abril.
Dirigiu uma palavra de reconhecimento aos empresários, trabalhadores, associações, escolas e Juntas de Freguesia, Alexandre Almeida destacou o dinamismo do concelho de Paredes e garantiu que “estamos no bom caminho, o caminho que Abril nos permitiu e incentiva a fazer”.
A celebração terminou com a interpretação de temas musicais que evocam a liberdade e a identidade dos portugueses, a cargo dos jovens músicos da Orquestra Artischtas.